"A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão poucoa sociedade muda"

Paulo Freire

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domingo, 16 de setembro de 2012

ATIVIDADES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL.

http://ensinar-aprender.blogspot.com.br/2011/06/modelos-de-atividades-para-educacao.html
http://tiafabiolaecia.blogspot.com.br/2009/08/atividades-para-educacao-infantil.html
http://www.smartkids.com.br/especiais/

O USO DAS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO

João Mattar

João Mattar
Fez Mestrado em Tecnologia Educacional (Boise State University), Doutorado em Letras (USP) e Pós-Doutorado (Stanford University), onde foi visiting scholar (1998-1999).
É professor da Universidade Anhembi Morumbi e pesquisador e orientador de Doutorado no TIDD - Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP).
Autor de diversos livros, presta consultoria, produz material didático e ministra palestras, workshops e cursos em Tecnologia Educacional e Educação a Distância.
1. Você acredita que a utilização de Redes Sociais nas escolas pode facilitar o aprendizado do aluno?
João Matta
r - As redes sociais podem colaborar no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, como o movimento é novo, precisamos de pesquisas que mostrem resultados.
2. Qual a razão pedagógica que justifica o uso de Redes Sociais na educação?
João Mattar
- Há vários motivos para a utilização das redes sociais em educação. Em primeiro lugar, elas são o habitat dos nossos alunos - eles já estão lá. Se de um lado pode haver resistências por parte dos próprios alunos em misturar estudo no lugar em que eles se divertem, de outro lado eles já sabem utilizá-las, estão familiarizados com vários recursos, acessam-nas com frequência, o que facilita atividades realizadas nas redes. Além disso, as redes sociais têm um potencial incrível para gerar interação, que é um dos nossos desejos principais em educação. Além disso, precisamos formar alunos para trabalhar em grupos e em redes, então nada mais adequado do que já fazer isso de uma maneira autêntica.
3. Na sua opinião, o que explica o fato de algumas redes de ensino proibirem o acesso a redes sociais nas escolas?
João Mattar
- Muitos criticam essas atitudes de escolas e instituições de ensino, como se fossem simplesmente posições retrógradas ou anti-pedagógicas. Mas na verdade não são, porque envolvem muitas outras variáveis. Em primeiro lugar, há uma questão de banda, de capacidade das redes internas das instituições. Muitas não estão preparadas para que todos os alunos entrem no Facebook ao mesmo tempo. Além disso, há uma questão essencial de segurança. Legalmente, muitas redes não podem ser acessadas por crianças de certa idade (apesar de que sabemos que são), então por que a escola deveria facilitar isso? Elas podem ser cobradas pelos pais, inclusive do ponto de vista legal. Há ainda um outro problema - nem todos os professores estão preparados para trabalhar com redes sociais em suas aulas, ou, melhor ainda, em nem todas as disciplinas ou atividades o uso das redes sociais pode ajudar - ao contrário, em muitos casos, podem gerar dispersão nos alunos, o que acaba prejudicando (e não ajudando) a aprendizagem. Então, essas e outras questões precisam ser equacionadas - se não forem, penso que em muitos casos a proibição é até a melhor atitude mesmo.
4. De que forma o educador pode utilizar o Faceboock como ferramenta pedagógica? E o Twitter?
João Mattar
- Escrevi há pouco tempo 2 posts sobre o uso do Facebook e do Twitter em educação:
http://joaomattar.com/blog/2012/01/17/facebook-em-educacao/
5. Que dicas você pode dar ao professor que pretende utilizar Redes Sociais como ferramenta pedagógica?
João Mattar - Bom, como no caso do uso de outras tecnologias, ferramentas, interfaces e plataformas em educação, o professor precisa ser formado. Portanto, a dica principal não seria para o professor, mas para as instituições de ensino - elas precisam estabelecer programas de formação continuada de professores, aliás não apenas para o uso de tecnologias em educação. Esses programas devem combinar atividades presenciais e à distância, mas há uma questão trabalhista e profissional a ser levada em conta: isso precisa ser feito no tempo de trabalho do professor, ou seja, nos horários em que ele é remunerado. Não é justo jogar um monte de coisas para o professor fazer de madrugada, no final de semana, quando ele já está atolado de coisas para fazer.
Para os professores especificamente, eu diria que eles precisam se atualizar. Como? Lendo e participando de eventos e cursos. É importante buscar orientação com pessoas que já são experientes na área, que realizam pesquisas, que publicam, que mostram o que estão fazendo, porque hoje todo mundo acha que sabe formar professores para o uso de tecnologias, às vezes só porque aprendeu a usar um programa! É importante que esse processo de formação inclua tanto a reflexão sobre a prática pedagógica do professor, quanto o aprendizado (tecnológico mesmo) do uso de ferramentas e o estudo de casos em que essas ferramentas foram usadas em educação. É preciso combinar todas essas perspectivas na formação, senão ela não funciona - ou fica excessivamente teórica, ou se torna uma aula de mexer em um software.

sites para consulta- Paulo Freire.


Instituto Paulo Freire - Dados sobre a obra e a filosofia de Paulo Freire.
Grandes Mestres da Educação - Vera Zacharias, São Paulo


Educação- Paulo Freire

E UMA NOVA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO

                                        José Luiz de Paiva Bello
                                        Vitória - 1993



      Paulo Freire é inspirador de um método revolucionário que alfabetizava em 40 horas, sem cartilha ou material didático. Em Natal, no ano de 1962, no Rio Grande do Norte, surgia a campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, sob a liderança de Moacir de Góis. Em Recife, Pernambuco, o Movimento de Cultura Popular, o MCP, instalava as "praças de cultura" e os "círculos de cultura". O cunho fundamental desta "campanha" era menos o alfabetizar, mas, principalmente, reciclar culturalmente uma população que ficara para trás no processo de desenvolvimento, vivenciando posturas próprias do período colonial em pleno século XX. Paulo Freire achava que o problema central do homem não era o simples alfabetizar mas fazer com que o homem assumisse sua dignidade enquanto homem. E, desta forma, detentor de uma cultura própria, capaz de fazer história. Ainda segundo Paulo Freire o homem que detém a crença em si mesmo é capaz de dominar os instrumentos de ação à sua disposição, incluindo a leitura. Com o golpe militar de 1964, a experiência de Paulo Freire, já espalhada por todo o país, foi abortada sob alegações inconsistentes como subversiva, propagadora da desordem e do comunismo etc.. A cartilha do MEB foi rasgada diante das câmeras de televisão, no Programa Flavio Cavalcante, depois de ter sido proibida, no extinto Estado da Guanabara, pelo então Governador Carlos Lacerda. As campanhas de alfabetização que tinham objetivos mais abrangentes do que a própria alfabetização chegava ao seu fim, em 1964. Alguns trabalhos dispersos continuaram a ser levados a efeito, mas a proposta de renovação humana estava prejudicada.
      Paulo Freire concebe educação como reflexão sobre a realidade existencial. Articular com essa realidade nas causas mais profundas dos acontecimentos vividos, procurando inserir sempre os fatos particulares na globalidade das ocorrências da situação.
      Aprendizagem da leitura e da escrita equivale a uma releitura do mundo. Ele parte da visão de um mundo em aberto, isto é, a ser transformado em diversas direções pela ação dos homens.
      Paulo Freire atribui importância ao momento pedagógico, mas com meios diferentes, como praxis social, como construção de um mundo refletido com o povo.
      Para Paulo Freire o diálogo é o elemento chave onde o professor e aluno sejam sujeitos atuantes. Sendo estabelecido o diálogo processar-se-á a conscientização porque:
          a. é horizontalidade, igualdade em que todos procuram pensar e agir criticamente;
          b. parte da linguagem comum que exprime o pensamento que é sempre um pensar a partir de uma realidade concreta. A linguagem comum é captada no próprio meio onde vai ser executada a sua ação pedagógica;
          c. funda-se no amor que busca a síntese das reflexões e das ações de elite versus povo e não a conquista, a dominação de um pelo outro;
          d. exige humildade, colocando-se elite em igualdade com o povo para aprender e ensinar, porque percebe que todos os sujeitos do diálogo sabem e ignoram sempre, sem nunca chegar ao ponto do saber absoluto, como jamais se encontram na absoluta ignorância;
          e. traduz a fé na historicidade de todos os homens como construtores do mundo;
          f. implica na esperança de que nesse encontro pedagógico sejam vislumbrados meios de tornar o amanhã melhor para todos e,
          g. supõe paciência de amadurecer com o povo, de modo que a reflexão e a ação sejam realmente sínteses elaboradas com o povo.

Técnicas de Preparação de Material de Alfabetização
      Codificações, palavras geradoras, cartazes com as famílias fonêmicas, quadros ou fichas de descoberta e material complementar estão presentes na sua pedagogia.
      Na pedagogia de Paulo Freire há uma equipe de profissionais e elementos da comunidade que se vai alfabetizar, para preparação do material, obedecendo os seguintes passos:
          a. levantar o pensamento-linguagem a partir da realidade concreta;
          b. elaborar codificações específicas para cada comunidade, a fim de perceber aquela realidade e,
          c. dessa realidade destaca-se e escolhe as palavras geradoras.

      Todo material trabalhado é síntese das visões de mundo educadores/educando.
      No método de Paulo Freire, a palavra geradora era subtraída do universo vivencial do alfabetizando. Em Paulo Freire a educação é conscientização. É reflexão rigorosa e conjunta sobre a realidade em que se vive, de onde surgirá o projeto de ação. A palavra geradora era pesquisada com os alunos. Assim, para o camponês, as palavras geradoras poderiam ser enxada, terra, colheita, etc.; para o operário poderia ser tijolo, cimento, obra, etc.; para o mecânico poderiam ser outras e assim por diante.


      O livro referenciado abaixo, de Lauro de Oliveira Lima, traz uma explicação minuciosa do que é a prática do método de alfabetização de Paulo Freire.

LIMA, Lauro de Oliveira. Tecnologia, educação e democracia. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. 202 p.
 


 

Bibliografia sobre a obra de Paulo Freire:
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 150 p.

_______. Pedagogia do oprimido. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 218 p.

_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1998. 165 p. (Coleção Leitura).

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 7. ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1997. 234 p.

GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione 1989. 175 p. (Pensamento e Ação no Magistério).