"A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão poucoa sociedade muda"

Paulo Freire

SEJAM BEM VINDOS!

domingo, 16 de setembro de 2012

ATIVIDADES PARA EDUCAÇÃO INFANTIL.

http://ensinar-aprender.blogspot.com.br/2011/06/modelos-de-atividades-para-educacao.html
http://tiafabiolaecia.blogspot.com.br/2009/08/atividades-para-educacao-infantil.html
http://www.smartkids.com.br/especiais/

O USO DAS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO

João Mattar

João Mattar
Fez Mestrado em Tecnologia Educacional (Boise State University), Doutorado em Letras (USP) e Pós-Doutorado (Stanford University), onde foi visiting scholar (1998-1999).
É professor da Universidade Anhembi Morumbi e pesquisador e orientador de Doutorado no TIDD - Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP).
Autor de diversos livros, presta consultoria, produz material didático e ministra palestras, workshops e cursos em Tecnologia Educacional e Educação a Distância.
1. Você acredita que a utilização de Redes Sociais nas escolas pode facilitar o aprendizado do aluno?
João Matta
r - As redes sociais podem colaborar no processo de ensino e aprendizagem. Entretanto, como o movimento é novo, precisamos de pesquisas que mostrem resultados.
2. Qual a razão pedagógica que justifica o uso de Redes Sociais na educação?
João Mattar
- Há vários motivos para a utilização das redes sociais em educação. Em primeiro lugar, elas são o habitat dos nossos alunos - eles já estão lá. Se de um lado pode haver resistências por parte dos próprios alunos em misturar estudo no lugar em que eles se divertem, de outro lado eles já sabem utilizá-las, estão familiarizados com vários recursos, acessam-nas com frequência, o que facilita atividades realizadas nas redes. Além disso, as redes sociais têm um potencial incrível para gerar interação, que é um dos nossos desejos principais em educação. Além disso, precisamos formar alunos para trabalhar em grupos e em redes, então nada mais adequado do que já fazer isso de uma maneira autêntica.
3. Na sua opinião, o que explica o fato de algumas redes de ensino proibirem o acesso a redes sociais nas escolas?
João Mattar
- Muitos criticam essas atitudes de escolas e instituições de ensino, como se fossem simplesmente posições retrógradas ou anti-pedagógicas. Mas na verdade não são, porque envolvem muitas outras variáveis. Em primeiro lugar, há uma questão de banda, de capacidade das redes internas das instituições. Muitas não estão preparadas para que todos os alunos entrem no Facebook ao mesmo tempo. Além disso, há uma questão essencial de segurança. Legalmente, muitas redes não podem ser acessadas por crianças de certa idade (apesar de que sabemos que são), então por que a escola deveria facilitar isso? Elas podem ser cobradas pelos pais, inclusive do ponto de vista legal. Há ainda um outro problema - nem todos os professores estão preparados para trabalhar com redes sociais em suas aulas, ou, melhor ainda, em nem todas as disciplinas ou atividades o uso das redes sociais pode ajudar - ao contrário, em muitos casos, podem gerar dispersão nos alunos, o que acaba prejudicando (e não ajudando) a aprendizagem. Então, essas e outras questões precisam ser equacionadas - se não forem, penso que em muitos casos a proibição é até a melhor atitude mesmo.
4. De que forma o educador pode utilizar o Faceboock como ferramenta pedagógica? E o Twitter?
João Mattar
- Escrevi há pouco tempo 2 posts sobre o uso do Facebook e do Twitter em educação:
http://joaomattar.com/blog/2012/01/17/facebook-em-educacao/
5. Que dicas você pode dar ao professor que pretende utilizar Redes Sociais como ferramenta pedagógica?
João Mattar - Bom, como no caso do uso de outras tecnologias, ferramentas, interfaces e plataformas em educação, o professor precisa ser formado. Portanto, a dica principal não seria para o professor, mas para as instituições de ensino - elas precisam estabelecer programas de formação continuada de professores, aliás não apenas para o uso de tecnologias em educação. Esses programas devem combinar atividades presenciais e à distância, mas há uma questão trabalhista e profissional a ser levada em conta: isso precisa ser feito no tempo de trabalho do professor, ou seja, nos horários em que ele é remunerado. Não é justo jogar um monte de coisas para o professor fazer de madrugada, no final de semana, quando ele já está atolado de coisas para fazer.
Para os professores especificamente, eu diria que eles precisam se atualizar. Como? Lendo e participando de eventos e cursos. É importante buscar orientação com pessoas que já são experientes na área, que realizam pesquisas, que publicam, que mostram o que estão fazendo, porque hoje todo mundo acha que sabe formar professores para o uso de tecnologias, às vezes só porque aprendeu a usar um programa! É importante que esse processo de formação inclua tanto a reflexão sobre a prática pedagógica do professor, quanto o aprendizado (tecnológico mesmo) do uso de ferramentas e o estudo de casos em que essas ferramentas foram usadas em educação. É preciso combinar todas essas perspectivas na formação, senão ela não funciona - ou fica excessivamente teórica, ou se torna uma aula de mexer em um software.

sites para consulta- Paulo Freire.


Instituto Paulo Freire - Dados sobre a obra e a filosofia de Paulo Freire.
Grandes Mestres da Educação - Vera Zacharias, São Paulo


Educação- Paulo Freire

E UMA NOVA FILOSOFIA PARA A EDUCAÇÃO

                                        José Luiz de Paiva Bello
                                        Vitória - 1993



      Paulo Freire é inspirador de um método revolucionário que alfabetizava em 40 horas, sem cartilha ou material didático. Em Natal, no ano de 1962, no Rio Grande do Norte, surgia a campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, sob a liderança de Moacir de Góis. Em Recife, Pernambuco, o Movimento de Cultura Popular, o MCP, instalava as "praças de cultura" e os "círculos de cultura". O cunho fundamental desta "campanha" era menos o alfabetizar, mas, principalmente, reciclar culturalmente uma população que ficara para trás no processo de desenvolvimento, vivenciando posturas próprias do período colonial em pleno século XX. Paulo Freire achava que o problema central do homem não era o simples alfabetizar mas fazer com que o homem assumisse sua dignidade enquanto homem. E, desta forma, detentor de uma cultura própria, capaz de fazer história. Ainda segundo Paulo Freire o homem que detém a crença em si mesmo é capaz de dominar os instrumentos de ação à sua disposição, incluindo a leitura. Com o golpe militar de 1964, a experiência de Paulo Freire, já espalhada por todo o país, foi abortada sob alegações inconsistentes como subversiva, propagadora da desordem e do comunismo etc.. A cartilha do MEB foi rasgada diante das câmeras de televisão, no Programa Flavio Cavalcante, depois de ter sido proibida, no extinto Estado da Guanabara, pelo então Governador Carlos Lacerda. As campanhas de alfabetização que tinham objetivos mais abrangentes do que a própria alfabetização chegava ao seu fim, em 1964. Alguns trabalhos dispersos continuaram a ser levados a efeito, mas a proposta de renovação humana estava prejudicada.
      Paulo Freire concebe educação como reflexão sobre a realidade existencial. Articular com essa realidade nas causas mais profundas dos acontecimentos vividos, procurando inserir sempre os fatos particulares na globalidade das ocorrências da situação.
      Aprendizagem da leitura e da escrita equivale a uma releitura do mundo. Ele parte da visão de um mundo em aberto, isto é, a ser transformado em diversas direções pela ação dos homens.
      Paulo Freire atribui importância ao momento pedagógico, mas com meios diferentes, como praxis social, como construção de um mundo refletido com o povo.
      Para Paulo Freire o diálogo é o elemento chave onde o professor e aluno sejam sujeitos atuantes. Sendo estabelecido o diálogo processar-se-á a conscientização porque:
          a. é horizontalidade, igualdade em que todos procuram pensar e agir criticamente;
          b. parte da linguagem comum que exprime o pensamento que é sempre um pensar a partir de uma realidade concreta. A linguagem comum é captada no próprio meio onde vai ser executada a sua ação pedagógica;
          c. funda-se no amor que busca a síntese das reflexões e das ações de elite versus povo e não a conquista, a dominação de um pelo outro;
          d. exige humildade, colocando-se elite em igualdade com o povo para aprender e ensinar, porque percebe que todos os sujeitos do diálogo sabem e ignoram sempre, sem nunca chegar ao ponto do saber absoluto, como jamais se encontram na absoluta ignorância;
          e. traduz a fé na historicidade de todos os homens como construtores do mundo;
          f. implica na esperança de que nesse encontro pedagógico sejam vislumbrados meios de tornar o amanhã melhor para todos e,
          g. supõe paciência de amadurecer com o povo, de modo que a reflexão e a ação sejam realmente sínteses elaboradas com o povo.

Técnicas de Preparação de Material de Alfabetização
      Codificações, palavras geradoras, cartazes com as famílias fonêmicas, quadros ou fichas de descoberta e material complementar estão presentes na sua pedagogia.
      Na pedagogia de Paulo Freire há uma equipe de profissionais e elementos da comunidade que se vai alfabetizar, para preparação do material, obedecendo os seguintes passos:
          a. levantar o pensamento-linguagem a partir da realidade concreta;
          b. elaborar codificações específicas para cada comunidade, a fim de perceber aquela realidade e,
          c. dessa realidade destaca-se e escolhe as palavras geradoras.

      Todo material trabalhado é síntese das visões de mundo educadores/educando.
      No método de Paulo Freire, a palavra geradora era subtraída do universo vivencial do alfabetizando. Em Paulo Freire a educação é conscientização. É reflexão rigorosa e conjunta sobre a realidade em que se vive, de onde surgirá o projeto de ação. A palavra geradora era pesquisada com os alunos. Assim, para o camponês, as palavras geradoras poderiam ser enxada, terra, colheita, etc.; para o operário poderia ser tijolo, cimento, obra, etc.; para o mecânico poderiam ser outras e assim por diante.


      O livro referenciado abaixo, de Lauro de Oliveira Lima, traz uma explicação minuciosa do que é a prática do método de alfabetização de Paulo Freire.

LIMA, Lauro de Oliveira. Tecnologia, educação e democracia. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1979. 202 p.
 


 

Bibliografia sobre a obra de Paulo Freire:
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 5. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 150 p.

_______. Pedagogia do oprimido. 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1975. 218 p.

_______. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 7. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1998. 165 p. (Coleção Leitura).

FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. 7. ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra. 1997. 234 p.

GADOTTI, Moacir. Convite à leitura de Paulo Freire. São Paulo: Scipione 1989. 175 p. (Pensamento e Ação no Magistério).

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A Educação Frente às Novas Tecnologias: Perspectivas e Desafios

Estamos diante de um novo século, com uma nova sociedade, a sociedade da informação, com novo formato de receber e transmitir informação, e de uma busca interminável de conhecimento. As pessoas hoje em dia, têm acesso ao mundo e as suas tradições culturais, com muita mais eficácia e rapidez que ontem. Com a explosão da computação e, conseqüentemente da internet, passou-se a considerar que disponibilizar informação em uma página da Internet seria um processo educativo contínuo e a formação da língua escrita dessa pessoa, estaria sendo realmente transmitida, de forma correta. Será mesmo? E qual seriam realmente as vantagens e desvantagens dessa interferência digital em nossos dias? As recordações da Educação nos dizem que, educar não é adestrar, nem governar informações para um indivíduo e sim servir como mediador desse processo.

Este artigo de cunho teórico pretende apresentar alguns indicativos e idéias que possam orientar a otimização dessa apropriação por estudantes de educação do nível Básico e superior de uma forma geral. Essa nova, denominada Sociedade do Conhecimento, não pode exonerar a educação formal que se sistematiza na instituição escolar, ainda que, crianças, adolescentes, jovens e adultos, sejam bombardeadas por informações diariamente com uma velocidade cada vez maior pelos mais diferentes meios de comunicação, como a televisão, os rádios, internet. Relata Moacir Gadotti (2002), pelo avanço das novas linguagens tecnologias, precisam ser selecionadas, avaliadas, compiladas e processadas para que se transformem em conhecimento válido, relevante e necessário para o crescimento do homem como ser humano em um mundo alto sustentável. Segundo Pierre Lévy (2000), as tecnologias intelectuais, assim chamadas por não serem simples instrumentos, mas por influírem no processo cognitivo do indivíduo, vão ser os parâmetros utilizados nessa busca de compreensão da estrutura caótica social. Essas tecnologias sempre estiveram presentes na sociedade e, de certa forma, influenciam na percepção e conceitualização do mundo. É notório dizer que, a presença das novas tecnologias nas mais diversas esferas da sociedade contemporânea, é imprescindível, orientar os docentes para uso das novas tecnologias de comunicação e de informação, como tecnologias interativas em projetos políticos pedagógicos, tanto no seu desenvolvimento contínuo, quanto na sua prática em sala de aula, se faz imprescindível. Essa urgência se deve, não apenas, no sentido de preparar as pessoas para usufruí-las, mas especialmente, para prepará-los como leitores críticos e escritores conscientes das mídias que servem de suporte a essas novas tecnologias de informação. Não basta ao cidadão, hoje, só aprender a ler e escrever textos na linguagem verbal. É necessário que ele aprenda a ler e as diversas linguagens, e as suas representações que são usadas nas mais diversas áreas da revolução tecnológicas decodificadas como o computador, os programas multimídias de computação, as Nets redes (sistemas http// e www), os códigos de barras, etc.

Conceituando as tecnologias digitais de informação e de comunicação

O que entende-se por novas tecnologias digitais? Entendemos por novas tecnologias digitais a aplicação de um conhecimento científico ou técnico, de um “saber como fazer”, de métodos e materiais para a solução de uma dada dificuldade, este texto tratará das Tecnologias de Comunicação e das Tecnologias de Informação como intermediadores do processo de ensino e aprendizagem e como tecnologias mútuas. A Tecnologia de Comunicação designa toda forma de veicular informação. Têm-se como ambiente de veiculação, incluindo desde as mídias mais tradicionais, como os livros, o fax, o telefone, os jornais, o correio, as revistas, o rádio, os vídeos, até as mídias modernas como a informática e a Internet. A segunda é a Tecnologia de Informação designa toda forma de determinar, gravar, armazenar, processar e reproduzir as informações. Como exemplos de suportes de armazenamento de informações são: o papel, os arquivos, os catálogo, os HD’s dos computadores, os CD’s, DVD’s ou agora, os PEN DRIVES, os MP3, MP4, etc. Dispositivos que permitem o seu processamento, são os computadores e os robôs, e exemplos de aparelhos que possibilitam a sua reprodução são a máquina de fotocopiar, o retroprojetor, o projetor de slides (data show). As novas tecnologias de informação e de comunicação, usadas na comunicação social, estão cada vez mais interativas, pois permitem a troca de dados dos seus usuários com recursos que lhes permitem alternativas e aberturas das mais diferentes, os programas de multimídia, como o vídeo interativo, a Internet e o Telecongresso. São essas novas tecnologia que permitem a preparação e manipulação contígua de teores específicos por parte do professor/aluno (emissor) e do aluno/professor (receptor), codificando-os, decodificando-os, recodificando-os conforme as suas realidades, as suas histórias de vida e a tradições em que vivem; permitindo um entendimento mais eficaz, alternando os papéis de emissor e receptor, como co-protagonistas e contribuintes da ação cognitiva. Nos dias de hoje, os diferentes usos dessas mídias (tecnologias) se confundem e passam a ser característicos das Tecnologias de Informação e de Comunicação, que mudam os padrões de trabalho, do lazer, da educação, do tempo, da saúde e da indústria e criam, assim, uma nova sociedade, novas atmosferas de trabalho, novos ambientes de aprendizagem. Criando-se um novo tipo de aluno que necessita de um novo tipo de professor. Um professor ligado e compromissado com o que esta acontecendo ao seu redor. Tecnologias colaborativas são as que consentem à otimização do trabalho em equipe. Explicitando, as novas tecnologias de informação e de comunicação podem ser utilizadas para se alcançar objetivos individuais isoladamente. Assim, quando um professor pesquisa certo assunto, em bases de dados da Internet e, ao descobrir documentos importantes, guarda-os para seu uso particular em sua biblioteca virtual individual (CD-Rom, disquetes ou no disco rígido do seu computador), os seus objetivos individuais não estão sendo admirados. Se, por outro lado, comunica a existência desses textos a outros professores que estão trabalhando com ele (de forma interdisciplinar) em um projeto comum, propondo uma discussão conjunta através dos serviços da própria Internet (e-mail, teleconferência), essa tecnologia se reveste de uma característica que otimiza a colaboração, daí ser então denominada de tecnologia colaborativa.

Lecionar e Aprender na era tecnológica

Trabalhar com as tecnologias (novas ou não) de forma interativa nas salas de aula requer: a responsabilidade de aperfeiçoar as compreensões de alunos sobre o mundo natural e cultural em que vivem. Faz-se, indispensável o desenvolvimento contínuo de intercâmbios cumulativos desses alunos com dados e informações sobre o mundo e a história de sua natureza, de sua cultura, posicionando-se e expressando-se, de modo significativo, com os elementos observados, elaborados que serão melhor avaliados. Ao se trabalhar, adequadamente, com essas novas tecnologias, Kenski constata-se que:

“a aprendizagem pode se dar com o envolvimento integral do indivíduo, isto é, do emocional, do racional, do seu imaginário, do intuitivo, do sensorial em interação, a partir de desafios, da exploração de possibilidades, do assumir de responsabilidades, do criar e do refletir juntos.” (KENSKI,1996).

Esta é a parte visível da introdução de novas tecnologias na educação. A estrutura das salas de aula deverá mudar como já mudaram em algumas instituições de ensino no Brasil e estão mudando em muitas regiões do mundo. A implantação (mudança) se inicia e continua com a criação de certa infra-estrutura tecnológica e de um programa de utilização em que os professores sejam treinados operacionalmente, capacitados metodologicamente e filosoficamente para a utilização dessas novas tecnologias na sua prática pedagógica.

O papel dos professores tem que mudar também, e os cursos superiores precisam preparar esses novos docentes para não perderem o controle das tecnologias digitais que são requeridas ou se dispõem a usar em suas salas de aulas. Os professores precisam aprender a manusear as novas tecnologias e ajudar os alunos a, e eles também, aprenderem como manipulá-las e não se permitirem serem manipulados por elas. Mas para tanto, precisam usá-las para educar, saber de sua existência, aproximar-se das mesmas, familiarizar-se com elas, apoderar-se de suas potencialidades, e dominar sua eficiência e seu uso, criando novos saberes e novos usos, para poderem estar, no domínio das mesmas e poderem orientar seus alunos a “lerem” e “escreverem” com elas. Os professores não devem substituir as “velhas tecnologias” pelas “novas tecnologias”, devem, antes de tudo, se adequar das novas para aquilo que elas são únicas e resgatar os usos das velhas em organização com as novas, isto é, usar cada uma naquilo que ela tem de peculiar e, portanto, melhor do que a outra. O uso e influência das novas tecnologias devem servir ao docente não só em relação à sua atividade de ensino, mas também na sua atividade de pesquisa continuada. E a pesquisa com as novas tecnologias tem características diferentes que estão diretamente ligadas à procura da constante informação.

Os docentes devem construir e trabalhar em conjunto com seus alunos não só para ajudá-los a aumentar capacidade, métodos, táticas para coletar e selecionar elementos, mas, especialmente, para ajudá-los a desenvolverem conceitos. Considerações que serão o alicerce para a edificação de seus novos conhecimentos. Como descrever Gadotti, o professor “deixará de ser um lecionador para ser um organizador do conhecimento e da aprendizagem (...) um mediador do conhecimento, um aprendiz permanente, um construtor de sentidos, um cooperador, e sobretudo, um organizador de aprendizagem” (Gadotti, 2002). Para finalizar estas idéias, não podemos deixar de destacar a importância de se repensar os métodos docente a partir de uma maior valorização da metodologia de interação e colaboração mutua que devem estar presentes proporcionalmente na educação à distância quanto na educação presencial, escolha metodológica tão discutida hoje em dia e que vem sendo exercitada por profissionais das áreas mais variadas da educação. É muito inquietante como os professores estão se afastando dessas práticas alternativas, apresentando, com isso, muita oposição e resistência.

A educação precisa repensar seus métodos curriculares e preparar seus docentes tanto para se apropriarem das novas tecnologias de informação e comunicação quanto para a prática da educação a distância que se vê viabilizada. Os Cursos de Educação à Distancia são exemplos desta iniciativa. Também o Ministério da Educação, através da Secretaria de Educação à Distância - SEED, estão apoiando com seus vários “sistemas de formação de professores” que envolve o ensino a distância por seus diversos programas por essas novas tecnologias digitais, tais como o Pró-infantil, Pró-formação, Pró-licenciatura, Pró-letramento, Atendimento Educacional Especializado e tantos outros.

Professor X tecnologia ou professor + tecnologia?

Brito e Purificação (2006), afirmam que alguns autores[1] que falam sobre formação de professores destacam que:
Ø o professor não tem um domínio sólido dos conteúdos que transmite, se bem que isso seja o que melhor conheça;
Ø o professor não consegue relacionar os conhecimentos que transmite à experiência do aluno e à realidade social mais ampla;
Ø a remuneração do professor é baixa, o que o obriga a ter vários empregos, fato que traz graves conseqüências para o processo ensino-aprendizagem;
Ø o professor tem lidado com o aluno “ideal”, com o aluno “padrão”, como se todos fossem homogêneos, tivessem o mesmo ritmo de aprendizagem, e não com o aluno concreto;
Ø a divisão técnica do trabalho no interior da escola com a multiplicação das funções e especialidades têm feito com que o trabalho pedagógico se fragmente cada vez mais;
Ø os conhecimentos transmitidos pela escola, às vezes selecionados pelos professores, não são remetidos à sua historicidade; são trabalhados como se estivessem prontos e acabados, e não relacionados à vida dos alunos e à realidade histórico-social mais ampla;
Ø os alunos, em geral, não têm se apropriado sólida e duradouramente dos conhecimentos transmitidos pela escola.
As explicações para a existência desses problemas são: ausência de uma política clara para a educação como um todo; falta de recursos financeiros; péssimas condições materiais das escolas; salários baixos para o profissional professor; precária formação do professor em razão da estrutura tradicional dos cursos de licenciaturas, entre outras.
Segundo Behrens (1995), “neste momento de globalização mundial, continuamos a tratar a formação do professor com discursos vazios de uma prática apropriada e significativa. Reverter este papel perante a sociedade é uma tarefa árdua”. Nesta aldeia global, o professor ainda se considera um ser superior que ensina a ignorantes. Isso forma uma consciência “bancária”[2] - o aluno recebe passivamente os conhecimentos, tornando-se um depósito do professor.
Apontamos como caminho para o professor recuperar o seu lugar a formação continuada, entendida aqui como ações tanto na direção de busca de conhecimento formal quanto, principalmente, de tomada de consciência de seu próprio fazer pedagógico, pois não podemos mais admitir aquele professor que:
... arquiva conhecimentos porque não os concebe como busca e não busca, porque não é desafiado pelos seus alunos. O professor, como sujeito direcionador da práxis pedagógica escolar, tem que, no seu trabalho, estar atento a todos os elementos necessários para que o aluno efetivamente aprenda e se desenvolva. Para isso, o professor deverá ter presentes os resultados das ciências pedagógicas, da didática e das metodologias específicas de cada disciplina, ou seja, um profissional que estará sempre se atualizando. Freire (1994, p.29)
Para alcançar essa atualização, o professor deverá também utilizar as tecnologias as quais poderão ajudá-lo na elaboração de materiais de apoio, bem como ser valiosos recursos para o ensino de diversas disciplinas do currículo, seja em sala de aula, num trabalho coletivo, seja na dinâmica do trabalho desenvolvido em ambientes informatizados.
Os vínculos entre práticas educativas e tecnologias estreitam-se consideravelmente no mundo contemporâneo, ao menos, por duas fortes razões: os avanços tecnológicos na comunicação e informática e as mudanças no sistema produtivo envolvendo novas qualificações e, portanto, novas exigências educacionais. O impacto dessas novas realidades no ensino impõe ao menos três tipos de leitura: a pedagógica, a epistemológica e a psicognitiva. Nos interessa o ponto de vista pedagógico, pois este ponto está diretamente ligado com aquele que é o organizador da atividade escolar em qualquer nível: o professor. Nenhuma intervenção pedagógica, harmonizada com a modernidade e os processos de mudanças que estão implícitos será eficaz sem a colaboração consciente deste profissional da educação.
Do livro, ao quadro de giz, ao retroprojetor, a TV e vídeo, ao laboratório de informática as instituições de ensino vem tentando dar saltos qualitativos, sofrendo transformações que levam junto um professorado, mais ou menos perplexo, que se sente muitas vezes despreparado e inseguro frente ao enorme desafio que representa a incorporação das tecnologias ao cotidiano da sala de aula. Isto não ocorre apenas nas pequenas cidades do interior do Brasil, mas também nas capitais onde os professores são muito mais pressionados a utilizar as tecnologias.
A cada dia tomamos conhecimento de decisões e projetos, governamentais ou não, argumentando sobre a “importância” das tecnologias na educação. Estes projetos consideram que a inclusão digital dos professores pode ser feita apenas por meio de cursos de capacitação, que se desenvolvem na própria instituição de ensino, em universidades e centros de informática. São cursos importantes, mas não são suficientes para propiciar mudanças na ação do professor no ambiente escolar, pois não ocorre uma inclusão digital real deste profissional.
A comunidade escolar depara-se com três caminhos, quais sejam: repelir as tecnologias e tentar ficar fora do processo; apropriar-se da técnica e transformar a vida em uma corrida atrás do novo; ou apropriar-se dos processos, desenvolvendo habilidades que permitam o acesso e o controle das tecnologias e seus efeitos.
A terceira opção é a que apresenta melhores argumentos para uma formação intelectual, emocional e corporal do cidadão que cria, planeja e interfere na sociedade. Para que o professor possa se tornar um agente promotor da inclusão digital no ambiente educacional ele deverá realizar um trabalho pedagógico em que reflita sobre sua ação escolar e efetivamente elabore e operacionalize projetos educacionais com a inserção das Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação – NTIC - no processo educacional. Buscando, integrá-las à ação pedagógica na comunidade intra e extra escolar e, sendo claramente explicitado na proposta pedagógica da instituição.

Estes são alguns sites que você caro leitor pode acessar para conhecer mais esse tema.

http://www.slideshare.net/cseabra/novas-tecnologias-na-educao
http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/novas-tecnologias-exigem-novos-conteudos
http://tecnologiasnaeducacao.pro.br/